Sábado Santo: Procissão do Silêncio

E uma espada transpassará a tua alma.” (Lc 2,35)

Durante o Sábado Santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (CIC 73). 
Hoje, sendo um dia de silêncio, nos velamos junto ao sepulcro de Nosso Senhor. 



Calam-se os sinos e os todos os instrumentos. 
É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar neste mistério tão profundo incapaz de ser alcançado pela razão humana. É um dia de contemplação silenciosa, pois o altar está despojado e o sacrário aberto e vazio. Ele quis vencer, com sua própria dor, o mal da humanidade. 
Esse é o dia da ausência. O Esposo nos foi arrancado da terra dos vivos. Dia de dor, de repouso, de solidão, de esperança. O próprio Cristo está calado. Ele, que é o Verbo, a Palavra Criadora, está calado, em profundo silêncio. A Mãe esta calada. Ela, que é consolo, que é presença, que é sustento.

Os ritos do sábado Santo foram iniciados com a Procissão do Silêncio de Nossa Senhora, às 7h, com saída da Igreja Matriz, percorrendo algumas ruas da cidade meditando sobre as 7 dores de Maria, em meio a hinos e orações.


Maria, mulher do silêncio, guardava em seu coração todas as dores e sofrimentos. Ela que viveu os tormentos da Paixão de seu único e dileto Filho, que acompanhou, em silêncio, todas as atrocidades e injustiças pelas quais Jesus passou até sua morte na cruz, onde permaneceu de pé ao lado do discípulo amado, mostrando-nos como é precioso o silêncio nas horas de sofrimento.
Com Ela devemos aprender a vencer as aflições, suportando-as, em silêncio, por amor a Deus; buscando Nela o conforto para nossos corações atribulados, pois Ela é o elo de ligação entre nós e seu Filho amado.


Depois de seu último grito da Cruz "por quê me abandonaste?", ele se cala no sepulcro. Ele descansa: "consummantum est". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloquente. 
É o dia em que experimentamos o vazio, a mais profunda das solidões. Hoje não é uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: “Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa”. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, sua esposa. Calada, como Ele.

 O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. 
Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo, nos detemos no sepulcro. Um dia, uma ponte.. São três aspectos de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado.

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 Att.
Pastoral da Comunicação.

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